Quem nunca confundiu as definições entre pluma e puff? É recorrente o pensamento de que estas formas de emissão de poluentes no ar são equivalentes, porém essa afirmativa está incorreta. De fato, pluma e puff representam a forma que os poluentes são lançados na atmosfera e são utilizados para caracterizar os modelos de dispersão, entretanto se diferem em suas condições de liberações.
Os puffs são caracterizados por “pacotes discretos de poluentes”, ou seja, de liberação instantânea em que certa quantidade de matéria é liberada de forma rápida. Por isso, foram desenvolvidos para condições meteorológicas não estacionárias e condições de dispersão não homogêneas, como em casos de terrenos complexos e efeitos meteorológicos de costa. Quando lançados na atmosfera, os puffs respondem imediatamente a heterogeneidade do ambiente. Logo, os modelos de dispersão que utilizam o conceito de puff, como o CALPUFF, são melhores aplicados para situações de calmaria e ventos fracos.
As plumas, por outro lado, podem ser vistas como uma quantidade infinita de puffs em um intervalo de tempo infinitesimal. Logo, são caracterizadas por apresentarem uma liberação contínua e de baixo momento, aplicando-se para condições homogêneas e estacionárias, quando a difusão pode ser resolvida de forma simples. Neste caso, as concentrações das plumas seguem distribuição do tipo normal. Por isso, os modelos de dispersão que se baseiam nas plumas são os mais utilizados, como no modelo AERMOD.
Como exemplo de plumas, tem-se o escoamento contínuo de gases liberados em chaminés industriais, em que ao longo do tempo a dispersão forma uma linha contínua no céu. Já os puffs, tem-se como exemplo a liberação instantânea decorrente de uma rachadura/abertura de um tanque de armazenamento, cuja quantidade fixa de material é liberada produzindo uma dispersão com característica descontínua, como mostrado na figura abaixo.
Autores: Luan Ramalho e Raisa Sant’Ana